4 juillet 2010

Um Todo, Uma Toada

no charco a rã coacha quando quer
a mosca frequenta das mais belas flores
às mais nojentas nojeiras
não hà diferença na escolha
a escolha é diferente, e só!
a necessidade faz a diferença, simples diferença!
a natureza tem razão, sempre!
a espéce humana tem interesse
e do proveito, e do lucro, e dói
e faz doer (miserável razão!) em muitos mais seres humanos
do que aproveita pouco aos tantos e tantos outros!
isso é louco! muito louco!
...e injusto e triste também!
mas tudo é um todo
e todas espéces fazem parte disso
senão não seria um todo
senão só seria uma toada,
uma simples toada.
vai! toa! coacha! continua a entoar nel oído que,
de ouvido, sei que não será à toa!

A rã (by Alice)

15 juin 2010

Helping Hand ('n'roll)

When you look at your life behind you,
Like dark clouds
Rising up like a winter storm
You have just one thought in mind:

Run toward the waves
Desperately through the fields
Fly beyond the heavens
And cry, and cry, and cry…

The time has passed fast
You feel you’ll be the last
Those you've loved the most,
Are leaving first

Screams are coming out
From your deepest soul
Who cares about your pain?
And if all will be in vain ?

When your life goes down
The people who « mill » around you
Are passing without a glance
Looking out for their chance

Their smiles aren't for you
Their cares aren't for you
You want just a little thing
You need just a helping hand

Dive into your tears
Will not make you better
It's just a waste of your time
That is just for nothing, for nothing

Flying beyond the heavens
It's For nothing, for nothing
Run desperately through the fields
It's For nothing, for nothing, for nothing…

10 juin 2010

PSTP

PSTP - Partido Sem Tirar Partido !
Partido já é Dividido !
E Dividido, (Não ?) Muitos Dividendos Dão !
Serão Dívidas, Dúvidas ou Dádivas ! ?

De todas essas, as Divas podem Divagar
E se Gabarem como bem entendem !
(Diria Gabeira(?): Devagar, Devagar!)
De todas essas, as Dádivas nos São o que os Grãos do Arão nos Dão :
Um Copo-de-Leite !

Pão nosso de cada Padeiro !
Pai Nosso de cada Carpinteiro !
Pô ! Nessa fui e aqui pari !
Porém aqui também Parei !
Puta-Que-Pariu !

14 mai 2010

« As forças econômicas são elas tão fortes assim que nós não temos outra alternativa senão ceder ?
Hà dinheiro, sera que ele é tudo ?
Não existem outras riquezas ?
Não seria possivel situar o objetivo de nossas vidas numa outra coisa que ficar ricos ?
E sendo ricos, ficar mais ricos ainda ?
Não existem, então, outras grandezas ?"

(Minha trad. livre de " La pensée monte les fleuves"
Charles-Ferdinand Ramuz ( 24.09.1878 - 23.05.1947)

Amor, meu amor me traga

Agora o inverno dorme quente
Nao hà outono que o acorde
Não hà primavera que o tente
Nem um verão que o recorde
Com sua doce amada fria
Suas noites são sem sonhos
Glaciais, escuras, vazias
Espelho voltado pro nada

(nem pra rima que não ponho!)

O verão por sua vez
Tendo sido fértil dias atras
Está em clara lucides
Cria, procria, apraz
Canta, dança e evoca
Mais e mais amores
De par em par os coloca

(e eu aqui aqui a te colher flores!)

Luz que minha lembrança não apaga
A sentir forte odor de ti
Respirando junto a mí
Amor, venha !
Amor, meu amor me traga !

11 mai 2010

Guarda o verão

“Antes que o outono comece nas coisas
êle começa em nós.” disse F.Pessoa.
...mas em mim uma força abriga
e guarda o verão.
esse que faz a temperatura correr pelas veias,
que me grava na pele
como se o vento que obriga que as folhas despenquem
devesse soprar só lá fora,
pois aqui dentro, uma brisa de latidos cardíacos,
rimando movimentos peristálticos,
animando preguiçosa e involuntáriamente meu ser
me projeta além das estações,
além da atração fria
que tenta à melancolia sombra
de uma folha desbotada.
Lsne. 06.X.88

16 avril 2010

"Rimbaud et le mythe solaire" (Extrait)

"Puisque la poésie se définit comme un art du verbe, de la parole, qu'elle est faite, selon le témoignage de Mallarmé, avec des mots et non pas avec des idées, l'étude du vocabulaire d'un écrivain et la recherche de la fréquence des mots-clefs revêtent une importance incontestable; mais elles ne représentent qu'une étape préliminaire de la critique et demeurent un instrument de travail. Le mot pris isolément, séparé de son contexte, perd sa sinification profonde et son pouvoir d'irradiation; il est privé de sa véritable fonction poétique qui consiste à engendrer des associations et des accouplements, à créer des analogies et des métaphores. Les mots ne sont en eux-mêmes que des noyaux d'énergie, des supports de la pensée et de l'émotion; ils valent par la trame des images et des symboles qu'ils composent dans leus mystérieux prolongements." Par Marc Eigeldinger (Professeur à l'Université de Neuchatel/Suisse)

14 avril 2010

Saigón Market (canção)


Olha a goiaba verde
olha a manga madura
olha a banana, maçã
rapadura!

Olha a moça da venda
com a mão na cintura
comprar laranja azêda,
criatura!

Canto do olho rasgado
na boca faltando dente
e vem me ver bem direito
que jeito engraçado, yééééh!

Olha goiaba verde
olha a manga madura
olha a banana-maçã,
rapadura!

Olha agora pra ver
a serpente em pedaço
perna de rã fritin'
miolo de macaco

Tô co' côco ralado
na sopa sobrando gente
chupando cana e mordendo
co' dente cariado, yééééh!

(http://www.mx3.ch/play/nilodjaneiro/saigonmarket)

some others pics from Vietnam? copy & paste that:
(http://picasaweb.google.com/NiloDJaneiro/VietNamViews19982000?feat=directlink)

Perder a razão (canção)

Eu te vejo assim, sambando
voce passa com tanta doçura
o meu corpo estremece todo
é paixão, calor, ternura, sei lá...

Se eu pedir pra voce parar
se eu puder vir te mostrar
a florzinha que nasceu
no meu coração

Eu bem queria te convidar
pra vir passear comigo
sem ter hora,
nem domingo pra voltar

Nem pensar no que vai ser
nem saber qual é,
qual é a tua cidade
se isso é bom, se isso até pode ser verdade

Um sorriso teu e seria tudo
E eu daria mil pulinhos de alegria
mas voce passa indiferente
sem dar a minima atenção

E eu fico louco pois não sei
como é que eu faço pra fazer
voce me olhar e eu te dizer:
"Ôi, como é que vai?
Que dia lindo, noite estrelada
vamos la fora sonhar à dois"

Foi bom te ver e vir te beijar
o corpo treme, me dê tuas mãos
fecha os olhos devagarinho
os lábios calam e a paixão
tudo é bom mesmo,
mesmo perdendo a razão

Ôi, bom te ver e vir te beijar
o corpo treme, me dê tuas mãos
fecha os olhos devagarinho
os lábios calam,
tudo é bom quando hà paixão
bom mesmo é perder a razão

(http://www.mx3.ch/play/nilodjaneiro/perderarazao)

13 avril 2010

não é cedo, não é tarde (ar viet!)


não é cedo, não é tarde
se eu soubesse te diria
é a lua, é o sol, é noite, é o dia
da janela debruçada
dá prá ver tudo e tão longe
assim é mais bonito
que se alguém tivesse dito

é o ruído do inseto
é o canto que anuncia
vagueia, venta
já choveu
que frio que faz
vagueia, venta
já choveu
que frio que faz

viro o rosto prum lado
viro o rosto pro outro
já faz tempo que tá seco
folha, planta, árvore
vem regar,
matar minha sêde

não é cedo, não é tarde
vou lá fora descalça
fico olhando
ficou noite
te esperar mais essa noite
mais um dia além dos dias
estações, lentos navios
partindo em meio à saudade
quem quis remediar

viro o rosto prum lado
viro o rosto pro outro
já faz tempo que tá seco
folha, planta, árvore
vem regar,
matar minha sêde

viro o rosto prum lado
viro o rosto pro outro
já faz tempo que tá seco
folha, planta, árvore
vem regar,
matar a sêde

12 avril 2010

A Trova dos 9 (ripi-ropi canção)

toda trova prova que
trovar não quer dizer gostar
isso é trova dos nove
isso é prova dos nove
mas trovando se fará a diferença
mas provando se fará a diferença
mastigando, chupando, lambendo
depois disso então faremos
a sentença, extensa ou que por mais tensa
com sensações densas
ameniza a dança que por vezes cansa
aquele que se lança e se ele avança ou não
eis aí uma boa, da boa, a boa questão
a oportunidade de formular uma
e em seguida buscar a solução
grande soluço exposto e o peito explode:
pode, pode, fode!
como um bode que balança a cabeça
dá cornadas, a pata escava,
o trovador, cava, cava,
mas aquele lôdo todo na vala
não se lava, não se lava
não que ele não valha nada
pois o trabalho de quem malha,
ralha, batalha e escangalha
vale mais, vale mais que uma simple migalha
e se voce pensa nisso e gargalha
e toda essa tralha,
trá-lá-lá-lá-lá-lá-lá, etecetera e lá
vem dizer que passa mal
e que a vida sem sentido
é mesmo banal, até mesmo brutal
não tá legal, não tá legal, não tá legal, não tá legal!
quem diz animal, diz vegetal, mineral
diz adição, subtração, divisão
multiplicação consensual meu pessoal
ser sensual, é isso aí que não faz mal
ser sensual, é isso aí que não faz mal
e se voce pensa nisso e gargalha
e toda essa tralha,
trá-lá-lá-lá-lá-lá-lá, etecetera e lá
vem dizer "não passo mal"
e que a vida tem sentido
e é menos banal, até menos brutal
tá legal, tá legal, tá legal, tá legal!
mastigando, chupando, lambendo
a trova dos nove
a prova dos nove

(http://www.mx3.ch/play/nilodjaneiro/atrovados9)


desde la ventana
town valley
red strings

da Louise pro pai Nilo
coquelicots

um grão (canção)

se não fôr

à beira-mar

à sonhar

à sombra da palmeira

o murmurar

das ondas dos teus cabelos

se nao fôr no pé

duma enorme montanha

à sonhar

sombramente

o cipreste

será no espaço

com o calor

do sol (?)

não (!)

da lenha queimando, não

mas dum grão do meu corpo

e habitaremos em ti

no astro

do nosso

amor

Sept/87

Poema do desfolhar


Ah! pudera eu,

homem,

me desfolhar

- coisa de árvore

que depois de verdes,

bem elas,

amarelam

e como que perdendo a beleza

caem por terra

E em mim,

a cada outono,

meus amargos-amarelos-e-sem-beleza-sentimentos

me pusessem desnudo

a suportar o inverno

sómente com o

calor-líquido-circulando-de-amor

até o primeiro sol da primavera me vestir

e me entregar para ti,

então

passaríamos o verão

na beira-da-praia

nosso bem (canção)

fica

bem perto de mim

e essa boca,

mania de ter

caricias loucas

pra beijar teus seios

e morder teus pêlos

em meio

a suores de amores

e morremos

pois estou perdido

e sabemos

desse nosso bem

tão bem,

desse nosso bem

tão bem,

desse nosso bem

também


(http://www.mx3.ch/play/nilodjaneiro/nossobem)

Vivo à Sonhar (canção)

Um dia eu sonhei

Que os teus lábios beijavam os meus

Que os teus olhos fitavam os meus

E tuas mãos seguravam as minhas

Eu sei que sonhei, eu sei

E sei que amei, eu sei

Encontrei você e me entreguei

Vivi a paz dos braços teus

Me envolvendo com carinho

Aquece as noites

Ameniza o vento forte

Que sopra na alma de um homem

Sózinho no deserto ou no pólo norte

Eu sei que sonhei, eu sei

E fui andando, sonâmbulo

Querendo encontrar de novo

O sono que me faz sonhar com você

E a certeza de não te perder

(Se eu acordar)

Um dia eu sonhei

Que ela vem e se deita comigo

Passa o braço e bem apertado

O seu corpo provoca o meu, ...provoca...

Eu sei que sonhei, eu sei

Num sono profundo e de paz

O mundo pode desabar

E sei que não vou acordar

Prá nunca mais deixar de te amar

(Vivo à sonhar)

A Praia (canção)

Moro numa praia linda

Acordo com os pés na água,

Deito a minha cabeça

Num travesseiro de areia fina,

A lua se deita comigo,

E o sol se acorda comigo

As ondas que vem bater, já sabem :

Não hà porta entre amigos

Arrisco pedir os teus beijos

Sei que o mar pode ser arisco

O vento é quem me dirige

Vai na ressaca, vem na maré

Vela e jangada, jinga natural

Dum lado ou do outro a floresta é tropical,

Sempre tropical

Tem sempre um lugar na rêde

Vê se um dia você aparece

Ainda guardo o que me destes

Sombra e profunda luz superficial

Do leste/oeste, do norte ao sul

Dum lado e do outro o mar é sempre azul,

O mar é sempre azul

(http://www.mx3.ch/play/nilodjaneiro/apraia)

une voie

la vie recommence

sur une voie continue

soit-elle une étroite rue

pleine de nuances

soit-elle une voix

en solitaire mineur

puissante symphonie mon cœur

mal accordé si l’on croit

bien présent encore

d’avoir ses désires

pour quelqu’un qui lui tire

douce touché sonore

Villars S/Olon, III.89

les yeux...et autres nez

Je voudrais pouvoir dessiner tes yeux

Grands et brillants yeux, miel, presque verts yeux

Ainsi comme tes cheveux

Soient-ils tout longs, libres

Soient-ils tout attachés dans une tresse

Confortablement serrés

Comme j'aime mes doigts

Entrelacés aux tiens

Je voudrais pouvoir dessiner ton nez

Grand et imposant, nez

De style, crétois nez

Ainsi comme ta bouche,

Les fines et lisses lèvres

Soient-elles avec un large sourire,

Soient-elles avec une fin trait de plaisir

Que ç'allonge sur les Joux,

Sur le menton, sur le

Cou,

Sur les épaules, les genoux...

Sur un portrait si long

Que me ferais,

tout dans coup

M'apercevoir que ta présence me manque

Et me fait devenir… poète ?

Ah! au tant que je voudrais poétiser tes yeux !

10.VIII.89

ver ouvir

eu quero e s t a r

dentro de m i m

no dia em que eu p u d er

v e r

a l u z

eu quero e s t a r

perto de m i m

no dia

e m que e u p u d e r

o u v i r

a m ú s i c a

q u e e s t á

vago lumen



VAGALUMEIA

E AGUA

DE FONTE LUZ

E PLANETA

QUE CHAMA A TODOS

C E L E S T E

Um grão (canção)

Se nao for a beira-mar

a sonhar à sombra da palmeira

o murmurar das ondas dos teus cabelos

se nao for no pé

duma enorme montanha

a sonhar

sombramente

o cipreste,

sera no espaço

com calor

do sol, nao

da lenha queimando, nao

mas de um grao do meu corpo

e habitaremos em ti

no astro

do nosso amor

l5.VII.87

(canção,13.I.95)

sólo

T

EU SOLO

TEU SOLO

SOLO

COLO LO

CO O OLHO

OLHO COLHO

MOLHO

OLMO

OMO

COLMO

SOL

LOS

SO SOS

SOIS TENS

TE ME

EM EU

TEU SOLO

TEU SOLO

SOLO

SO

L

LINDA

SOIS

Ass : ele

Genève, II.87.